O cenário da segurança cibernética está em constante evolução, com novas ameaças surgindo a cada dia. A proliferação de identidades de máquina, impulsionada pela crescente adoção da computação em nuvem, inteligência artificial (IA) e automação, criou uma superfície de ataque dramaticamente expandida. Um estudo de mercado de 2025 divulgado pela Sysdig, empresa especializada em segurança em nuvem em tempo real, revela que as identidades de máquina superam em muito as identidades humanas, numa proporção de 40.000 para 1. Essa discrepância alarmante, combinada com a maior exposição e risco associado a essas identidades, exige uma mudança fundamental na forma como as organizações abordam a segurança.
O Crescimento Exponencial das Identidades de Máquina
O crescimento exponencial das identidades de máquina é um reflexo direto da transformação digital que está varrendo as organizações em todo o mundo. À medida que as empresas migram suas operações para a nuvem e adotam tecnologias como contêineres, microsserviços e IA, elas criam um número cada vez maior de identidades não humanas. Essas identidades são usadas para autenticar e autorizar máquinas e aplicativos para acessar recursos e realizar tarefas.
Essa proliferação de identidades de máquina apresenta um desafio significativo para as equipes de segurança, que lutam para controlar e proteger esse ecossistema complexo. As identidades de máquina são frequentemente gerenciadas de forma inadequada, com senhas fracas, falta de rotação de credenciais e privilégios excessivos. Isso as torna alvos fáceis para ataques cibernéticos.
Para contextualizar essa explosão de identidades de máquina, é importante entender os fatores que a impulsionam:
- Adoção da Nuvem: A migração para a nuvem resulta na criação de inúmeras máquinas virtuais, contêineres e serviços, cada um exigindo sua própria identidade para autenticação e autorização.
- Microsserviços: A arquitetura de microsserviços, onde aplicações são decompostas em pequenos serviços independentes, aumenta a complexidade e o número de identidades necessárias para a comunicação e interação entre esses serviços.
- Automação: A automação de tarefas e processos, impulsionada pela IA e aprendizado de máquina, exige que máquinas e sistemas realizem ações sem intervenção humana, o que aumenta a dependência de identidades de máquina.
- Internet das Coisas (IoT): A proliferação de dispositivos IoT, desde sensores industriais até dispositivos domésticos inteligentes, introduz um grande número de novas identidades de máquina na rede, muitas vezes com segurança limitada.

O Risco Amplificado das Identidades de Máquina
A Sysdig destaca que as identidades de máquina são 7,5 vezes mais arriscadas que as identidades humanas. Essa amplificação do risco decorre de uma série de fatores, incluindo:
- Escala e Visibilidade: A escala massiva das identidades de máquina torna difícil para as equipes de segurança monitorar e proteger todas elas de forma eficaz. A falta de visibilidade sobre quem está acessando o quê e quando dificulta a detecção e resposta a ameaças.
- Gerenciamento Inadequado: As identidades de máquina são frequentemente gerenciadas de forma menos rigorosa do que as identidades humanas. As senhas são frequentemente armazenadas em texto simples, não são rotacionadas regularmente e os privilégios são concedidos de forma excessiva.
- Automação de Ataques: Os invasores estão cada vez mais automatizando seus ataques, usando ferramentas e técnicas sofisticadas para explorar vulnerabilidades e comprometer identidades de máquina. A velocidade e a escala desses ataques tornam difícil para as equipes de segurança acompanhá-los.
De acordo com a Verizon, quase 40% das violações de dados começam com a exploração de credenciais. Como os sistemas baseados em máquina supervisionam as credenciais para logins de usuários e autenticação em vários níveis, esse vetor foi apontado como uma responsabilidade significativa. A facilidade com que os invasores podem obter e abusar de identidades de máquina comprometidas aumenta exponencialmente o risco para as organizações.
Um exemplo real é o ataque à SolarWinds em 2020, onde os invasores comprometeram as credenciais de uma conta de serviço para obter acesso à rede da SolarWinds e distribuir malware para seus clientes. Este ataque demonstra o impacto devastador que a exploração de identidades de máquina pode ter.
Implicações para a Segurança em Nuvem
A pesquisa da Sysdig destaca a importância de adotar uma abordagem proativa e orientada por dados para a segurança em nuvem. As organizações precisam ter visibilidade total sobre suas identidades de máquina, automatizar o gerenciamento de identidades e responder rapidamente às ameaças.
O relatório “2025 Cloud-Native Security & Usage Report” da Sysdig sugere que organizações de todos os tamanhos e setores na América do Norte, Europa, Oriente Médio e África (EMEA) e Ásia-Pacífico e Japão estão progredindo no gerenciamento de identidades e vulnerabilidades, segurança de inteligência artificial (IA) e detecção e resposta a ameaças. No entanto, à medida que as empresas escalam sua adoção de IA e suas pegadas na nuvem, os riscos também aumentam. O crescente risco e complexidade das identidades de máquina estão intimamente ligados a fraquezas do sistema, como o inchaço da imagem do contêiner e a automação de invasores, o que introduz novos obstáculos para a segurança empresarial.
Loris Degioanni, fundador e CTO da Sysdig, observa que o tempo de vida dos contêineres diminuiu drasticamente nos últimos anos. Em 2019, metade dos contêineres durava pelo menos cinco minutos. Hoje, 60% duram um minuto ou menos. Essa efemeridade dos contêineres exige que as equipes de segurança sejam capazes de detectar e responder a ameaças em tempo real.
Estratégias para Mitigar o Risco
Para mitigar o risco associado às identidades de máquina, as organizações precisam implementar uma série de medidas de segurança, incluindo:
- Visibilidade Total: As organizações precisam ter visibilidade total sobre todas as suas identidades de máquina, incluindo quem está acessando o quê e quando. Isso requer o uso de ferramentas de gerenciamento de identidades e acesso (IAM) e monitoramento de segurança.
- Automação do Gerenciamento de Identidades: As organizações precisam automatizar o gerenciamento de identidades de máquina, incluindo a criação, rotação e revogação de credenciais. Isso pode ser feito usando ferramentas de automação e orquestração.
- Privilégio Mínimo: As organizações devem conceder às identidades de máquina apenas os privilégios mínimos necessários para realizar suas tarefas. Isso reduz o impacto de uma possível violação.
- Monitoramento Contínuo: As organizações precisam monitorar continuamente suas identidades de máquina para detectar atividades suspeitas. Isso pode ser feito usando ferramentas de detecção e resposta a ameaças (EDR).
- Resposta Rápida a Incidentes: As organizações precisam ter um plano de resposta a incidentes em vigor para responder rapidamente a violações de segurança. Isso inclui a capacidade de isolar sistemas comprometidos, revogar credenciais e restaurar dados.
- Segurança por Design: Incorporar práticas de segurança desde a fase de design e desenvolvimento de aplicações e infraestrutura, garantindo que a segurança seja uma parte integrante do processo.
- Adoção de Ferramentas de Segurança Open Source: A Sysdig enfatiza a crescente confiança nas ferramentas de segurança open source, como Kubernetes, Prometheus e Falco, para proteger a infraestrutura em nuvem. No entanto, é crucial estar ciente de que os cibercriminosos também exploram o open source, armando malware e software open source.
A Corrida Armada da Segurança Cibernética
Crystal Morin, estrategista de segurança cibernética da Sysdig, destaca que a segurança cibernética sempre foi uma corrida armamentista entre invasores e defensores. A capacidade das equipes de segurança de responder a ameaças em questão de minutos é uma mudança de jogo. No entanto, com a proliferação de identidades de máquina e a evolução constante dos ambientes de nuvem, a automação e a resposta rápida são mais críticas do que nunca.
A pesquisa da Sysdig também revela que as organizações estão priorizando o risco real, reduzindo as vulnerabilidades em uso. As vulnerabilidades em uso diminuíram para menos de 6%, refletindo uma melhoria de 64% no gerenciamento de vulnerabilidades nos últimos dois anos. Essa mudança pode indicar que as organizações estão refinando sua abordagem para corrigir o que mais importa – vulnerabilidades ativamente em execução em cargas de trabalho de produção – e fortalecendo de forma mais eficaz sua postura geral de segurança.
No entanto, o tamanho das imagens de contêiner quintuplicou, introduzindo riscos de segurança e ineficiências operacionais desnecessárias. Imagens maiores aumentam a superfície de ataque e tornam as implantações mais caras, enfatizando a necessidade de contêineres mais eficientes. A maioria dos contêineres tem vida útil de um minuto ou menos, mas os invasores não precisam de tanto tempo. Embora 60% dos contêineres agora vivam por 60 segundos ou menos e as cargas de trabalho efêmeras aumentem a agilidade das aplicações, os adversários da nuvem agora “automatizam seu reconhecimento” para identificar e explorar instantaneamente as fraquezas.
Se você se interessa por design RF com IA, confira Oxion 2.0. Para saber mais sobre a ascensão, queda e reinvenção do MSN Microsoft, clique aqui. A Meta Spatial SDK também é um tópico interessante. Não deixe de conferir o sucesso surpreendente do OpenTofu. Se você quer proteger seus gadgets, veja dicas incríveis contra água. A Aquisição Google Wiz também está em destaque. A Eclipse Foundation lançou ferramentas de IA de código aberto. Saiba mais sobre a aprovação da IA na Europa e a revolução da IA generativa. Fique por dentro dos avanços em segurança quântica móvel.
Conclusão
O estudo da Sysdig é um alerta para as organizações que ainda não reconheceram a importância de proteger suas identidades de máquina. A proliferação de identidades de máquina criou uma superfície de ataque dramaticamente expandida que exige uma nova abordagem à segurança. Ao implementar as medidas de segurança recomendadas, as organizações podem reduzir significativamente o risco associado às identidades de máquina e proteger seus ativos mais valiosos. A segurança em nuvem em tempo real, como a oferecida pela Sysdig, torna-se cada vez mais essencial para detectar e responder a ameaças em ambientes dinâmicos e efêmeros. As empresas precisam focar em visibilidade, automação, e resposta rápida para se manterem à frente na corrida armamentista da segurança cibernética.
Word Count: 1667